Te dei a minha
opinião vazia,
quase neutra
sobre aquele
quase assunto
cheio de
desimportância.
você não gostou
do que eu disse
quis que eu sumisse
e eu sumiu.
Eu morriu,
você viu?
o pau me comeu
por um quase
assunto,
que ninguém leu.
e esse quase
astuto,
me meteu
nesse meio
quase
absoluto.
quase achei que
era verdade,
quando percebi que
já era tarde
e estava na hora de levar minhas
saudades pra um passeio.
Até o tempo precisa de
recreio.
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Maldita Bendita
Para .
e nós que ficamos pela metadeacabamos caindo por
inteiro
vá, sangre a (la) vontade
viramos cor
e cheiro.
embaixo dos pés, do limoeiro,
avistamos a grade,
amor.
dessa grade, o atoleiro,
em fraca luminosidade
ar e dor.
não me importo se há dor.
risco, em ti, eu beiro,
é tarde.
sinto o medo em seu sabor
e um traço de ter, ligeiro,
a felicidade.
sábado, 21 de dezembro de 2013
Escolha a dedo
Havia ali então
uma mesa.
Nos separava?
Nossos dedos iam e viam,
brincavam,
corriam,
pude ver o meu sorriso na
ponta do seu indicador.
"I want you, show me the way" e
você me indicava este maldito
sorriso.
Depois olhei para seus outros dedos.
Havia meu cabelo no dedo médio,
meus olhos no anelar
e juro que vi meu coração no seu
mindinho.
Já sabia,
mas ali percebi:
estou em suas mãos.
uma mesa.
Nos separava?
Nossos dedos iam e viam,
brincavam,
corriam,
pude ver o meu sorriso na
ponta do seu indicador.
"I want you, show me the way" e
você me indicava este maldito
sorriso.
Depois olhei para seus outros dedos.
Havia meu cabelo no dedo médio,
meus olhos no anelar
e juro que vi meu coração no seu
mindinho.
Já sabia,
mas ali percebi:
estou em suas mãos.
domingo, 15 de dezembro de 2013
Ordem, eu regresso.
Para B.
"Estou pensando naqueles que não conseguem falar.""O que eles fazem?"
"Eles choram."
Silêncio.
"E o que nós fazemos?"
Antes mesmo de ver a primeira lágrima
rasgar
trucidar
seu rosto,
eu já soube:
o silêncio sempre foi.
E que palavra maluca é essa.
A palavra salgada,
a voz do corpo,
descendo o rosto.
Pingando.
Transbordando.
queimando.
(a)mando.
[de quem?]
Jaz(z)
Qual é a cor do seu pelo?
Qual é a dor que sua pele
sente?
tento por vezes
te enxergar,
te sentir,
te beijar,
mas me deparo sempre com o
vazio.
Vazio.
Vazio.
Meu vadio, meu jazido,
minha cova.
Meu túmulo diz:
"aqui jaz".
E em tumulto, a polvorosa
gente,
indigna
indignada
pergunta:
por quem ele viveu?
por cores?
por vermelhos e amarelos?
por branco. por verde-azul
castanho?
estranho.
Aqui jaz,
jaz o silêncio,
jaz a obscuridade de ninguém que fica.
jaz o ex-espaço que um dia foi ocupado
por coisa alguma.
De onde surgem os sorrisos?
Quem quer ver meus dentes?
Cavalo dado não se olha,
amargo.
amar,
go.
Aqui jaz o jazz.
E se Bb. King morrer? Quem vai cuidar do blues?
E se um dia Bukowski morrer? Quem vai falar das ruas?
E se Napoleão falecer? Quem vai salvar a França?
E se um dia você se for? O que jazerá de mim?
Qual é a dor que sua pele
sente?
tento por vezes
te enxergar,
te sentir,
te beijar,
mas me deparo sempre com o
vazio.
Vazio.
Vazio.
Meu vadio, meu jazido,
minha cova.
Meu túmulo diz:
"aqui jaz".
E em tumulto, a polvorosa
gente,
indigna
indignada
pergunta:
por quem ele viveu?
por cores?
por vermelhos e amarelos?
por branco. por verde-azul
castanho?
estranho.
Aqui jaz,
jaz o silêncio,
jaz a obscuridade de ninguém que fica.
jaz o ex-espaço que um dia foi ocupado
por coisa alguma.
De onde surgem os sorrisos?
Quem quer ver meus dentes?
Cavalo dado não se olha,
amargo.
amar,
go.
Aqui jaz o jazz.
E se Bb. King morrer? Quem vai cuidar do blues?
E se um dia Bukowski morrer? Quem vai falar das ruas?
E se Napoleão falecer? Quem vai salvar a França?
E se um dia você se for? O que jazerá de mim?
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Minas
Minas.
Minas de ouro.
Minas de carvão.
Minas gerais,
minas legais,
minas letais.
Minas.
Minas de couro,
minas a mais
minas demais
minas, rapaz.
Minas.
Rapaz.
Em minas sim, em mim nasci.
Minas de ouro.
Minas de carvão.
Minas gerais,
minas legais,
minas letais.
Minas.
Minas de couro,
minas a mais
minas demais
minas, rapaz.
Minas.
Rapaz.
Em minas sim, em mim nasci.
Fome
Estou pensando na vida,
pensando em comida.
Não se come com a língua,
se come com a
boca.
Enquanto uma sente,
A outra mastiga,
destrói.
E quando você me
instiga,
me alimente.
pensando em comida.
Não se come com a língua,
se come com a
boca.
Enquanto uma sente,
A outra mastiga,
destrói.
E quando você me
instiga,
me alimente.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
A folha amou o vento
O problema das cidades é que suas
ruas
têm nome.
Cara, as ruas têm nome!
Como pode ser isso?
Eu que sonho (em) ser um contador de
histórias,
como posso competir com uma rua?
Ela tem nome!
Como vou vencer das ruas se são
elas que me tragam a cada passo?
Até a sola do meu sapato prefere a rua.
Não posso com isso.
Eu, a folha sem cerimônias que se desgarra da
mãe-árvore
assim que se apaixona pelo vento,
inocente que nunca senti nem o gosto do
chão, nem do abandono do meu
amante,
muito menos das pegadas e pisadas indiferentes do
passante,
O que posso dizer? Como combater a história
das ruas,
Minha primeira inimiga e minha última
amante?
No último
[instante?
ruas
têm nome.
Cara, as ruas têm nome!
Como pode ser isso?
Eu que sonho (em) ser um contador de
histórias,
como posso competir com uma rua?
Ela tem nome!
Como vou vencer das ruas se são
elas que me tragam a cada passo?
Até a sola do meu sapato prefere a rua.
Não posso com isso.
Eu, a folha sem cerimônias que se desgarra da
mãe-árvore
assim que se apaixona pelo vento,
inocente que nunca senti nem o gosto do
chão, nem do abandono do meu
amante,
muito menos das pegadas e pisadas indiferentes do
passante,
O que posso dizer? Como combater a história
das ruas,
Minha primeira inimiga e minha última
amante?
No último
[instante?
domingo, 1 de dezembro de 2013
Seus pés.
Olhei para seus pés
enquanto caminhava
e vi que ali
estava o fim do
arco-íris.
Finalmente, estava ali
o famigerado
e tão cobiçado
pote de ouro.
Seus pés.
Tentei alcançar então,
seus pés,
que ali estavam, tão
próximos de minhas
mãos.
Mas seus pés se puseram
a caminhar
e minhas mãos tatearam
o ar, o ar dos ares
que nos separava.
Para não cair, no ápice
do meu louco desequilíbrio,
apoiei minhas mãos no chão e
como um cachorro de quatro patas
segui seus pés.
Minha boca faminta
salivava
em busca dos seus
pés de ouro,
que insistiam em caminhar.
Mas a loucura disso tudo
é que eles não caminhavam
em outra direção que
não na minha.
Sim, seus pés.
Mas por que diabos,
seus pés me seguindo,
continuávamos assim,
sempre,
em desencontro?
Percebi, o descompasso
não estava em seus pés.
nem nas minhas mãos
nem na minha boca.
Estava no ar que enche a atmosfera.
O descompasso está no
espaço.
Então que vá para o espaço
o descompasso.
Pois o meu corpo está à
[seus pés.]
enquanto caminhava
e vi que ali
estava o fim do
arco-íris.
Finalmente, estava ali
o famigerado
e tão cobiçado
pote de ouro.
Seus pés.
Tentei alcançar então,
seus pés,
que ali estavam, tão
próximos de minhas
mãos.
Mas seus pés se puseram
a caminhar
e minhas mãos tatearam
o ar, o ar dos ares
que nos separava.
Para não cair, no ápice
do meu louco desequilíbrio,
apoiei minhas mãos no chão e
como um cachorro de quatro patas
segui seus pés.
Minha boca faminta
salivava
em busca dos seus
pés de ouro,
que insistiam em caminhar.
Mas a loucura disso tudo
é que eles não caminhavam
em outra direção que
não na minha.
Sim, seus pés.
Mas por que diabos,
seus pés me seguindo,
continuávamos assim,
sempre,
em desencontro?
Percebi, o descompasso
não estava em seus pés.
nem nas minhas mãos
nem na minha boca.
Estava no ar que enche a atmosfera.
O descompasso está no
espaço.
Então que vá para o espaço
o descompasso.
Pois o meu corpo está à
[seus pés.]
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