domingo, 1 de dezembro de 2013

Seus pés.

Olhei para seus pés
enquanto caminhava
e vi que ali
estava o fim do
arco-íris.

Finalmente, estava ali
o famigerado
e tão cobiçado
pote de ouro.
Seus pés.

Tentei alcançar então,
seus pés,
que ali estavam, tão
próximos de minhas
mãos.

Mas seus pés se puseram
a caminhar
e minhas mãos tatearam
o ar, o ar dos ares
que nos separava.

Para não cair, no ápice
do meu louco desequilíbrio,
apoiei minhas mãos no chão e
como um cachorro de quatro patas
segui seus pés.

Minha boca faminta
salivava
em busca dos seus
pés de ouro,
que insistiam em caminhar.

Mas a loucura disso tudo
é que eles não caminhavam
em outra direção que
não na minha.
Sim, seus pés.

Mas por que diabos,
seus pés me seguindo,
continuávamos assim,
sempre,
em desencontro?

Percebi, o descompasso
não estava em seus pés.
nem  nas minhas mãos
nem na minha boca.
Estava no ar que enche a atmosfera.

O descompasso está no
espaço.
Então que vá para o espaço
o descompasso.
Pois o meu corpo está à


                                                            [seus pés.]

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