quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Na dúvida

Lembro-me de um tempo onde as coisas, se não eram mais fáceis, eram ao menos mais tranquilas.
Nesse tempo, eu era mais ignorante das coisas que até hoje não sei.
Agora, se me vejo sem respostas, é por que em algum lugar eu encontrei as perguntas, nem sei se as certas ou as erradas...
Há uma dada magia em algumas dúvidas, outras são só formas de cutucar a ferida.
Mas talvez me engane em crer que nesse tempo perdido as coisas fossem de fato mais bonitas, um tempo onde eu me senti menos vazio.
Antes de crer num futuro fantástico, para saber qualquer coisa que me reserva o destino, é preciso descrer esse passado idílico.
Talvez a nostalgia de outrora, a sensação amarrada na garganta, nunca passe. É mais que comédia o nome que damos às memórias: passado.
De passado o passado tem pouco, que bela miragem criamos no fechado dos nossos olhos.
E agora?
Olhar pra trás dói e nem sempre consigo ver o que está pela frente.
Na dúvida, sigo caminhando. Passo a passo no gerúndio,
até que nossas sombras se encontrem e desapareçam sob a copa das árvores.


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