quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A folha amou o vento

O problema das cidades é que suas
ruas
têm nome.
Cara, as ruas têm nome!
Como pode ser isso?

Eu que sonho (em) ser um contador de
histórias,
como posso competir com uma rua?
Ela tem nome!

Como vou vencer das ruas se são
elas que me tragam a cada passo?
Até a sola do meu sapato prefere a rua.
Não posso com isso.

Eu, a folha sem cerimônias que se desgarra da
mãe-árvore
assim que se apaixona pelo vento,
inocente que nunca senti nem o gosto do
chão, nem do abandono do meu
amante,
muito menos das pegadas e pisadas indiferentes do
passante,
O que posso dizer? Como combater a história
das ruas,
Minha primeira inimiga e minha última
amante?

No último
         [instante?

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