Haveria de ter, em mim, o que ao menos refreasse a poeira que me torno?
Soube, outrora, tudo que seria dizer-te, mas as palavras sedimentaram em meu peito, grudadas ali como [as miríades, as eras venenosas dali não saem.
Antes fossem nós na garganta, desatáveis pela fumaça do cigarro. Antes fossem nós
nós dois, nós mesmo, nós moscados.
Sirvo-me ao fim do molho, como toque de especiaria - serias meu corpo indispensável? Indivisível?
À ferro e fogo marco o sangue, órgão meu mais sólido, que daqui se eriça cada vez [que teus lábios finos tocam meu pescoço
Meu olhos, botões pregados no pano, nada ferem daquilo que não vêem,
as lágrimas, bijuterias nascidas dos diamantes pêlos d'alma
na alva manhã refletem teus olhos de anjo.
quando vens?
quando fostes?
Nada.
Nada no perfume que exalam as narinas
da fonte
seja a folha,
do licor
seja pó
do licor
seja pó
quando sedes,
seja amante,
se deitar-te
se deitar-te
sede a sós.
Muito é pouco para tanto corpo
e opus do solstício
é ir tornar-me
pó.
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